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quinta-feira, 23 de abril de 2009

A resposta a algumas preces...

Aqui estamos de novo para mais uma semana de desmistificação de expressões populares. Um grande abraço a todos os que nos seguem e uma palavra especial de apreço a quem segue esta coluna, que é o motivo pela qual a escrevo. Esta semana vamos responder a algumas questões que foram colocadas pelo DK_Nepo e pela DKg_Ana, onde irei desvendar os segredos por trás das expressões: "trigo limpo, farinha amparo" e "a cavalo dado não se olha o dente".
Vamos então começar...
Confesso que a expressão "trigo limpo, farinha amparo" é uma das minhas preferidas, sendo que é simples, curta e directa, pelo que a usamos sempre que queremos realçar um negócio certo, seguro ou uma coisa que temos a certeza que irá ser feita rapidamente e sem dificuldades. A explicação para o uso desta expressão, continua no entanto, um pouco vaga. Consta que esta frase tenha nascido após uma acção de marketing da empresa na altura, uma vez que cada caixa de farinha amparo trazia um brinde, que durante vários anos, foram jogadores de futebol em miniatura. Estes brindes saiam sempre e qualquer pessoa que comprasse uma caixa de farinha amparo, sabia que lá dentro tinha um brinde (como se passa actualmente nos ovos Kinder Surpresa) e que não ia "ficar a ver navios". A frase propriamente dita terá nascido de um slogan de um anúncio comercial radiofónico! Uma vez que a farinha é feita de trigo e que sai sempre um brinde, é tão simples como "trigo limpo, farinha amparo".
A expressão "saiu-te a carta na farinha amparo?!" usada quando difamamos alguém que conduz mal e nem sabemos como tirou a carta, também se deve aos brindes, quando estes passaram a ser cartões e não jogadores em miniatura...
O provérbio "A cavalo dado, não se olha o dente" deve-se ao facto da idade dos cavalos ser facilmente descoberta olhado para a boca dos respectivos. Um bom entendedor da matéria sabe que a dentição de leite dos bichos, muda aos 2 anos e que os dentes definitivos não são tão claros como os de leite. Com o passar dos anos, os dentes ficam mais desgastados, passando de um arco incisivo arredondado para um mais alongado. Ora, quem compra um cavalo, tenta sempre adquirir um espécimen novo e para isso tem de reparar em todos os pormenores, para ter a certeza de uma boa compra. Se for oferecido, já não interessa saber se é velho ou não.
Esta frase, actualmente aplica-se nas situações em que se receba um dado objecto, não se deve apontar defeitos nem olhar a pormenores, porque não pagou nada por ele e é uma ofensa à boa vontade de quem fez a oferenda.
Espero ter esclarecido quem colocou estas questões e que tenha satisfeito a curiosidade de muitos outros que tenham vindo aqui, caidos de para-quedas... Um grande abraço, boa semana e até breve!
DK_Limp (aka Pedro Alves)

3 comentários:

Dk_Nepo disse...

Uma palavra apenas "Espectacular"

Dk_Laner disse...

isto há com cada coisa....

genialllllllllllll..........

DKg_ Ana disse...

Muito obrigado pelo esclarecimento!!!
Esta coluna é simplesmente genial!!
Beijocas